Lucas Bombana
São Paulo, SP
Após a Petrobras anunciar a distribuição de dividendos recordes de R$ 87,8 bilhões, analistas de mercado têm recomendado a investidores tirar proveito das perspectivas que seguem positivas para o negócio e comprar as ações da petroleira.
O montante anunciado pela estatal corresponde a cerca de R$ 6,73 por ação, com a data de corte estabelecida em 11 de agosto. Ou seja, para ter direito ao recebimento dos dividendos, o investidor deve ter as ações da Petrobras negociadas na B3 em carteira nesta data.
Aqueles que comprarem as ações a partir do dia 12 de agosto não serão mais elegíveis ao recebimento do pagamento referente aos resultados do segundo trimestre.
O pagamento será feito em duas parcelas de R$ 3,36 cada, nos dias 31 de agosto e 20 de setembro. Maior acionista da empresa, a União terá direito a cerca de R$ 25 bilhões.
Fazer o investimento com o foco apenas no curto prazo, pensando somente em receber os dividendos, no entanto, pode não valer a pena.
Para Bruce Barbosa, sócio da casa de análise de investimentos Nord Research, comprar as ações apenas com a ideia de embolsar os dividendos não faz sentido.
Isso porque, no dia seguinte à data de corte estabelecida pela Petrobras, explica o especialista, o valor das ações será automaticamente descontado pelo valor correspondente do dividendo distribuído por ação.
Portanto, o investidor que comprar as ações até o dia 11 de agosto vai embolsar os dividendos, mas, no dia seguinte, os papéis iniciarão o pregão já com o desconto correspondente à remuneração por ação anunciada pela Petrobras, afirma Barbosa.
“O valor financeiro detido pelo investidor não muda, o que ocorre é apenas uma distribuição em cima daquele montante que ele tem investido na ação.”
O sócio da Nord afirma que existe a possibilidade de as ações se valorizarem nos pregões seguintes à data de corte, recompondo o valor descontado do dividendo distribuído, mas que não há como ter certeza se esse movimento irá se concretizar.