A Polícia Civil do Distrito Federal investiga pelo menos três denúncias, feitas até esta quarta-feira (24), contra a cirurgiã plástica Milena Carvalho. Segundo pacientes, a médica cometeu negligência no pós-operatório e erro médico. O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) também apura os fatos.
Uma das pacientes diz que após uma abdominoplastia – procedimento cirúrgico estético realizado para remover gordura e pele em excesso do abdômen – e uma lipoaspiração, ficou internada por 12 dias, sendo oito dias na UTI. O laudo médico apontou que ela estava com necrose na parte inferior do abdômen e início de uma infecção generalizada (relato da paciente mais abaixo).
Milena Carvalho é registrada pelo Conselho Regional de Medicina (CRM) há dez anos e atende em uma clínica particular no Lago Sul, região nobre de Brasília.
A cirurgiã, que usa as redes sociais para promover os procedimentos estéticos que faz e tem mais de 25 mil seguidores em uma das plataformas digitais, diz que “segue rígidos protocolos de cuidados e que acompanha seus pacientes antes, durante e depois dos procedimentos”.
LEIA TAMBÉM
R$ 30 mil por procedimento
Paciente mostra abdômen após complicações em cirurgia plástica feita por médica do DF — Foto: Arquivo pessoal
Patrícia (nome fictício de uma das pacientes que prefere não ser identificada) contou que conheceu a cirurgiã pelas redes sociais. Ela diz que já tinha vontade de realizar cirurgias estéticas e que decidiu se presentear no aniversário, em julho deste ano, com uma abdominoplastia e uma lipoaspiração.
A paciente conta que pagou cerca de R$ 30 mil reais pelo procedimento e que a cirurgia foi realizada pela médica Milena Carvalho no dia 1º de julho. Segundo Patrícia, no primeiro dia do pós-operatório ela começou a apresentar manchas roxas pelo corpo, mas a médica informou que a reação “era normal nesse período”.
“Minha cirurgia durou oito horas e tive alta 24 horas depois, mesmo com essa intercorrência. No dia 12 de julho, a incisão abriu e começou a sair um líquido com odor forte parecendo algo infeccionado”, diz Patrícia.
A paciente conta que entrou em contato, mais uma vez, com a médica. Mas, conforme Patrícia, a cirurgiã continuou afirmando que as reações eram normais no processo de recuperação e pediu que ela não procurasse atendimento na emergência do hospital naquele momento.
“Eu esperei até o dia 22 de julho, que foi quando minha incisão abriu ainda mais e as manchas roxas ficaram ainda mais escuras. Entrei em contato com a Milena novamente, e ela me indicou outra profissional, pois ela não estava em Brasília“, diz a paciente.