Irmãos, pais e amigos do auxiliar de cartório João Henrique dos Santos Silva, de 28 anos, não poderão fazer a despedida dele com caixão aberto porque, segundo eles, o corpo entrou em decomposição dentro do Hospital Regional de Sobradinho, no Distrito Federal. A família acusa o hospital de deixar o corpo fora da câmara fria.
“Foi muita negligência. O corpo ficou lá como se fosse um indigente, sem refrigeração alguma. Como que o corpo ficou esse tempo todo lá sem estar na geladeira?”, reclama a irmã, a administradora Priscila dos Santos Silva.
Por nota, a Secretaria de Saúde do DF informou ao g1 que “a direção do Hospital Regional de Sobradinho esclarece que tomou conhecimento dos fatos e está apurando o ocorrido”.João enfartou na noite da última quinta-feira (4) durante uma partida de vôlei.
Ele desmaiou ao sacar a bola e foi socorrido primeiramente por um amigo técnico em enfermagem e, em seguida, pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levado para a unidade de saúde. João, porém, não reagiu às manobras de reanimação e o óbito foi declarado às 21h55.
Priscila conta que ligou todos os dias no hospital para saber da liberação do corpo, mas foi informada que ele seria encaminhado ao Serviço de Verificação de Óbitos (SVO) após a coleta da amostra para exame PCR e teste rápido de Covid-19. E que o orgão “só poderia retirá-lo depois que saísse o resultado do exame”.
Neste domingo, ela disse que ligou para o SVO e que foi informada que eles não poderiam mais fazer a necropsia para investigar a causa da morte de João porque “o corpo estava em estágio avançado de decomposição”.
‘Deixado na maca’
O caso foi parar na 13ª Delegacia de Polícia (Sobradinho I) e, está “em apuração”, conforme consta no boletim de ocorrência. De acordo com Priscila, o hospital “empurra” a culpa para o SVO pela demora em buscar o corpo e vice-versa.