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Saiba quais são os malefícios provocados pelo cigarro ao corpo humano

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabagismo é a principal causa de morte evitável no mundo. A organização estima que um terço de toda a população mundial adulta seja fumante.

O cigarro é constituído de 4.720 substâncias tóxicas conhecidas e acredita-se que existam outras três mil desconhecidas. “De 50 a 60 dessas substâncias podem causar câncer. É um conjunto de substâncias tóxicas e cancerígenas, que estão altamente associadas com câncer de pulmão, laringe, pâncreas, bexiga, rim, mama e útero”, explica o pneumologista José Roberto Jardim, criador do Núcleo de Prevenção e Cessação do Tabagismo (PrevFumo), do Hospital São Paulo.

O especialista explica que a fumaça do cigarro é composta de duas fases: a fase particulada e a gasosa. Na fase gasosa, encontramos substâncias como monóxido de carbono, amônia, cetonas, formaldeído, acetaldeído e acroleína. A fase particulada é composta de nicotina e alcatrão. Quando a pessoa inala um trago de cigarro, ela está inalando, só na fase gasosa, um quatrilhão de moléculas de radicais livres.

Produzimos radical livre no corpo como mecanismo de defesa, para combater infecções. Mas quando há radicais livres em excesso, eles lesionam os tecidos do corpo. Para combater os radicais livres, precisamos de antioxidantes. “Mas o organismo do fumante não consegue produzir uma quantidade tão grande de antioxidantes para combater tantos radicais livres, por isso a pessoa acaba desenvolvendo doenças como enfisema, infarto, lesão das artérias e doença pulmonar crônica”, lembra o especialista.

Quem fuma tem menos capacidade de resistência a infecções pulmonares, por isso o pulmão do fumante fica muito mais suscetível a infecções bacterianas, tuberculose e resfriados com tosse e catarro.

O cigarro é altamente inflamatório exatamente por conta dos radicais livres, que levam à inflamação das vias aéreas: brônquios e bronquíolos. A primeira doença a ser desenvolvida por quem fuma é a bronquite crônica. Com o passar dos anos, os alvéolos também são lesados, desenvolvendo o enfisema, uma doença degenerativa que dificulta a saída de ar. As substâncias presentes no cigarro podem mudar a constituição das células do pulmão, destruindo o tecido e causando tumores.

O pneumologista explica que, em geral, as pessoas fumam por hábito, prazer e pelo efeito da nicotina no cérebro, estimulando as células a produzir serotonina e dopamina, que causam sensação de prazer. Através do cigarro, a nicotina demora de 7 a 15 segundos para chegar ao cérebro, é mais rápido do que qualquer outra droga, como a cocaína. Se fosse injetada na veia, por exemplo, ela demoraria mais tempo para chegar ao cérebro do que demora através da inalação do fumo. As células cerebrais acabam ficando dependentes da nicotina, causando a síndrome de abstinência. “O cérebro se acostuma com a nicotina, por isso quando ela está baixa, a pessoa fica ansiosa, nervosa, tem taquicardia, então ela fuma e se sente bem rapidamente”, explica José Jardim.

Qualquer um pode ficar dependente do cigarro em poucos meses. Para se ter uma ideia, a dependência com o cigarro, uma droga lícita, é mais rápida do que com a cocaína ou heroína, drogas ilícitas.

Com o tempo, o fumante passivo, aquela pessoa que acaba inalando a fumaça do cigarro por conviver com algum fumante, também pode desenvolver as mesmas doenças, dependendo da sensibilidade do seu organismo.

Nos últimos anos, o número de fumantes no Brasil diminuiu. Em 1989, dados do IBGE apontavam cerca de 34% de fumantes na população. De acordo com o pneumologista José Jardim, hoje cerca de 10,5% da população acima de 15 anos fuma.

Segundo dados do Ministério da Saúde, o tabagismo é responsável por cerca de 200 mil mortes por ano no Brasil. Está relacionado a mais de 50 doenças, sendo responsável por 90% das mortes por câncer de pulmão, 25% das mortes por doença do coração, 85% das mortes por bronquite e enfisema, 25% das mortes por derrame cerebral e 30% das mortes por câncer de boca.

O câncer de boca não é muito falado no Brasil, mas segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), 14.120 pessoas receberam diagnóstico de câncer de boca em 2010, o que o coloca entre os dez cânceres que mais afetam os brasileiros. Os principais fatores de risco são idade acima de 40 anos, vícios em cachimbos e cigarros, consumo de álcool e má higiene bucal.

O cigarro pode atingir diversas partes corpo, direta ou indiretamente. Veja abaixo alguns dos males que ele pode causar:

Coração: infarto
Cérebro: derrame
Boca/dentes/garganta: câncer de boca, câncer de laringe, dentes amarelados
Pulmão: Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), câncer
Circulação: doenças arteriais
Pele: rugas e envelhecimento precoce
Rim: câncer
Fígado: câncer
Útero: câncer
Pernas: dificuldade de caminhar por conta da má circulação

 

by: CARINE TEIXEIRA

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