- Notícia

Vítima de estupro coletivo com participação de PM do DF fala sobre crime

A jovem de 25 anos, vítima de um estupro coletivo durante uma festa no Entorno do DF, no sábado (9), conta que vive uma rotina de medo. Ela está abrigada no Distrito Federal e voltou a dizer, nesta quarta-feira (13), que o crime foi praticado por seis homens que se revezaram para estuprá-la.

Três suspeitos estão presos, um deles é subtenente da Polícia Militar do Distrito Federal. Outros três homens ainda não foram identificados.

“Quero a prisão de todos eles e que isso não aconteça com mais ninguém”, diz a jovem que prefere manter a identidade sob sigilo.

A defesa dos suspeitos diz que “a acusação é infundada”. Segundo o advogado Marcelo Almeida Alves, o PM preso “não esteve no local dos fatos durante a madrugada”.

O advogado, que se apresenta como responsável pela defesa dos três presos, informou, por meio de nota, que o subtenente estava a 50 quilômetros do local e que só chegou na casa na manhã de sábado.

“O policial militar estava de serviço. Ele saiu de serviço pela manhã e, após sair de serviço que ele compareceu ao local que foi mencionado pela suposta vítima”, diz o advogado.

Quem está preso

O estupro coletivo ocorreu na madrugada de sábado (9), em uma casa, em Águas Lindas de Goiás (GO) e três suspeitos foram presos em flagrante. No domingo (10), a medida foi transformada em prisão preventiva (por tempo indeterminado).

Estão presos:

  • O subtenente da Polícia Militar do DF Irineu Marques Dias, de 44 anos
  • Thiago de Castro Muniz, de 36 anos
  • Daniel Marques Dias, de 37 anos, que seria irmão do PM

Conforme a delegada Tamires Teixeira, da Delegacia da Mulher de Águas Lindas, os três presos foram ouvidos, mas não assumiram o crime.

A PMDF afastou o subtenente do serviço “até a elucidação deste fato”. Além disso, a corporação diz que investiga o caso e que aguarda a conclusão do inquérito.

A festa

A mulher de 25 anos conta que voltou há pouco tempo de Tocantins. Ela mora com um irmão e trabalha em casa, com delivery de comida.

A jovem diz que terminou um relacionamento recentemente, e que decidiu ir à festa “para se distrair”. A festa, em uma casa, em Águas Lindas de Goiás (GO), começou na sexta-feira (8) e iria até domingo (11).

Segundo a vítima, ao amanhecer de sábado (10), ela foi convidada por duas mulheres para dormir em um quarto. No entanto, depois de um tempo, as duas saíram e a deixaram sozinha.

Foi quando, conforme a vítima, um homem entrou no quarto e começou a tirar a roupa. Depois de mostrar que estava armado, ele a estuprou.

A jovem conta ainda que, após a agressão, o homem deixou a arma dentro de um guarda-roupa, como forma de ameaça, e saiu do quarto. Foi quando outros homens passaram a se revezar para estuprá-la.

A vítima disse que, durante todo o tempo, gritou por socorro, mas não foi atendida. Depois dos abusos, ela conseguiu fugir, inclusive usando a camiseta do subtenente. Na rua, ela diz que encontrou duas pessoas que chamaram a polícia e o Corpo de Bombeiros.

A jovem recebeu os primeiros socorros e foi levada para a delegacia de Águas Lindas. Dos seis homens presos, ela reconheceu apenas três. A vítima diz que só vai se sentir segura quando todos os seis homens estiverem presos.

“Hoje, tudo que quero é que a Justiça seja feita”, diz vítima de estupro coletivo.

Investigação

O caso foi registrado na Delegacia Regional de Águas Lindas, mas passou a ser apurado pela Delegacia de Atendimento Especial à Mulher (Deam). De acordo com a delegada Tamires Teixeira, um laudo preliminar confirma que a vítima sofreu os abusos.

A delegada disse ainda que os outros três homens ainda não foram identificados. “Estamos em diligência”, aponta.

A arma usada no crime seria do subtenente da PMDF Irineu Marques Dias.

O que diz a defesa dos presos

“O Escritório Almeida Advogados e Consultores, por meio de seus Advogados, vem a público se manifestar com relação ao suposto fato ocorrido na cidade de Águas Lindas de Goiás/GO, no último sábado, 09/10/2021, em que se propaga a informação de “estupro coletivo” de uma jovem na mencionada cidade. Pois bem, nesse particular a Defesa dos Acusados nega de forma categórica a prática de tal crime, ressaltando, inclusive, que o Policial Militar que ora sofre as consequências da acusação infundada, não esteve no local dos fatos durante a madrugada conforme narrado pela suposta vítima, pois estava há pelo menos 50 km de distância, em seu local de trabalho, chegando ao local dos fatos somente pela manhã, conforme será comprovado às autoridades competentes em momento oportuno.

Vale esclarecer ainda, que os Acusados NÃO foram submetidos a audiência de custódia quando da conversão da prisão preventiva, conforme determina o Conselho Nacional de Justiça e que, portanto, será interposto as medidas judiciais cabíveis.”

by: CARINE TEIXEIRA

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *