A mineira Patrícia Rezende, de 40 anos, começou a carreira musical aos 4 anos de idade, cantando na igreja. Segundo ela, a música era algo natural em casa, a família toda cantava e o próprio pai foi o grande incentivador durante a infância.
“Eu nunca pensei ‘meu sonho é ser cantora’, porque eu já era”, diz ela.
O pai ensinou Patrícia a dividir vozes nas músicas de sertanejo raiz quando a cantora ainda era criança. Mas foi aos 25 anos que ela diz ter descoberto “que tinha nascido para a música”.
“Foi quando eu decidi viver exclusivamente para isso e levar como uma missão. Eu também amo muito as pessoas, e a música é o meu veículo para chegar ao coração delas. Então, a música se tornou minha missão, uma forma não religiosa de revelar Deus para as pessoas, ainda que eu não fale dele”, explica.
Durante a carreira, Patrícia fez trabalhos em estúdio, cantou em casamentos, formaturas e até velórios, “o que aparecesse”, diz ela. Em 2012, a cantora chegou a semifinal da primeira edição do The Voice Brasil. O programa abriu portas, e ela fez uma turnê com a banda Natiruts pela Europa, em 2015.
Compondo na pandemia
Com a chegada da Covid-19, em 2020, o cenário mudou. “A pandemia primeiro me trouxe um impacto de ganhos e perdas. Do que eu podia e não podia mais fazer. Foi um choque financeiro, porque todas as portas se fecharam e eu não tinha reservas. Eu fiquei me reinventando. Dei bastante aula, participei de alguns projetos do governo. Não foi fácil não”, conta.
Mas o momento diferente também gerou bons frutos. “A pandemia foi a grande responsável por me trazer muitas reflexões e me fazer escrever algumas letras das quais eu me orgulho muito. Eu nunca tinha trabalhado com nada autoral, embora escrevesse algumas coisas. Nesse tempo eu escrevi uma música chamada ‘Bailarina’, que é a que está no concurso”.
Segundo Patrícia, a música é especial porque descreve como ela se sentiu durante esse período. “Muitas vezes eu olhava pra mim e me via tão machucada, tão desanimada. Eu pensei: quantas pessoas se sentem como eu? Então, eu decidi que o sangue dos meus pés seria o rastro da força que eu carrego comigo, e que eu não ia desistir da dança da minha vida. Porque no final de tudo, vence quem não desiste dessa dança, da dança da sua própria vida”.
Para a cantora, participar do concurso Brasília Independente é uma vitória. “Eu já me considero vencedora. Principalmente por ter uma das minhas primeiras composições numa final desse porte, com pessoas tão incríveis e talentosas aqui da cidade”, diz Patrícia.
Confira a letra da música “Bailarina”
“Tudo passa, passa pela janela da alma, passa
E lá vem ela, calma, calma, rodopiando na ponta dos pés
E lá vem como dança na chuva, sorrindo tanto que nem viu o arame farpado
Pés machucados e a menina não parava de dançar
Sentia dor, tava descalça, pisou na pedra e não parava de dançar
Sentia dor, tava descalça, pisou na pedra e não parava de dançar
Ah, doce bailarina! Agora vai dançar de par
Vem, valsando com a vida, de passo em passo ensinando ela a te respeitar, respeitar, respeitar
Oh menina, qual é tua sina? Vou semear e colher flores por onde eu passar
Tá machucada, fragilizada! O sangue dos meus pés é o rastro da minha força
E eu não vou parar
Eu danço numa chuva que só eu enxergo e no meu coração é fé em Deus que eu carrego
E ela me carrega pra eu eu vou , essa é minha historia e eu nasci pra ser e sou
Ah, doce bailarina! Agora vai dançar de par
Vem, valsando com a vida, de passo em passo ensinando ela a te respeitar, respeitar, respeitar
Oh menina, qual é tua sina? Vou semear e colher flores por onde eu passar
Tá machucada, fragilizada! O sangue dos meus pés é o rastro da minha força
E eu não vou parar
Eu danço numa chuva que só eu enxergo e no meu coração é fé em Deus que eu carrego
E ela me carrega pra eu eu vou , essa é minha historia e eu nasci pra ser e sou
Eu danço numa chuva que só eu enxergo e no meu coração é fé em Deus que eu carrego
E ela me carrega pra eu eu vou , essa é minha historia e eu nasci pra ser e sou
Eu danço numa chuva que só eu enxergo e no meu coração é fé em Deus que eu carrego
E ela me carrega pra eu eu vou , essa é minha historia e eu nasci pra ser e sou
Nasci pra ser e sou, nasci pra ser e sou, nasci pra ser e sou
E eu não vou parar”
by: CARINE TEIXEIRA