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Bens do Padre Casemiro, morto em assalto no DF, vão ficar com igreja onde ele atuava

A Justiça do Distrito Federal determinou que os bens do padre Kazimierz Wojno, conhecido como Padre Casemiro, sejam destinados à Paróquia Nossa Senhora da Saúde, na Asa Norte, onde ele atuou por mais de 40 anos. O pároco foi assassinado em um assalto no terreno da igreja, em 2019.

A decisão é da 7ª Vara Criminal de Brasília. Ao justificar a medida, o juiz Fernando Brandini Barbagalo argumentou que o sacerdote não tinha herdeiros ou testamento conhecido. Os bens dele estavam apreendidos desde o crime.

O crime

Padre Casemiro foi encontrado morto, com pés e mãos amarrados, e com um arame enrolado ao pescoço, em 21 de setembro de 2019. Ele foi rendido pouco após a missa, por volta das 19h, quando estava fiscalizando uma obra no terreno.

Um funcionário que trabalhava no local disse aos policiais militares, à época, que também foi agredido e feito refém, mas que conseguiu gritar e pedir socorro. Segundo a Polícia Civil, o crime foi cometido por três homens e um adolescente.

Câmeras de segurança flagraram eles deixando a igreja, no dia do assassinato (assista acima). À época, a polícia afirmou que o grupo levou R$ 3,5 mil em dinheiro, dois notebooks, duas garrafas de whisky e um cordão de ouro, pertencentes ao padre, além do aparelho celular do caseiro.

Segundo os investigadores, após o crime, eles comemoraram com “bebida e ostentação”. O trio de maiores foi preso quatro dias após o assassinato e, em junho do ano passado, todos foram condenados. Em segunda instância, a Justiça definiu as penas em:

  • Alessandro de Anchieta Silva : 33 anos, 3 meses de reclusão e 15 dias de reclusão;
  • Daniel Souza da Cruz: 33 anos, 4 meses e 10 dias de prisão;

Antônio Wyllian de Almeida Santos: 36 anos e 5 meses de prisão.

Quem era o padre Casemiro?

Kazimerz Wojn nasceu na Polônia, mas morava no Brasil desde a década de 1980. Aqui, ficou conhecido pelos fiéis como Padre Casemiro.

Segundo a Arquidiocese de Brasília, o sacerdote era, frequentemente, visto com uma câmera fotográfica na mão, porque gostava de fotografar as celebrações e distribuir as imagens entre amigos.

Todas as quartas-feiras, ele celebrava missas para pacientes e servidores no Hospital Regional da Asa Norte (Hran).

O padre superou um câncer de próstata e, antes do assassinato, viu a violência rondar sua rotina. Em abril de 2019, no domingo de Páscoa, bandidos roubaram o sacrário da igreja, avaliado em R$ 20 mil.

Uma semana antes do assalto que tirou a vida do padre, uma motosserra foi levada da obra da igreja. Na última missa que celebrou, o sacerdote falou sobre violência durante o sermão.

by: CAIO CAVALCANTE

 

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