Em meio ao aumento de casos do novo coronavírus no Distrito Federal, o número de pacientes recuperados também vem crescendo a cada dia. Dos 25.379 pacientes diagnosticados com a Covid-19 até noite desta terça-feira (16) na capital, 16.614 (65%) são considerados curados da doença.
Os dados são da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF). Segundo a pasta, nesta terça foram confirmados 1.295 casos de pacientes recuperados do coronavírus.
A SES afirma que são incluídos nas estatísticas de recuperados pacientes confirmados com a doença, com mais de 14 dias de início de sintomas, que não estão hospitalizados ou evoluíram para óbito.
Palavra do especialista
Segundo a infectologista Joana D’Arc, médica do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), estar recuperado significa que o paciente “teve a doença, está bem e, possivelmente, tem anticorpos contra o vírus”. Ela afirma, porém, que ainda não há muitas informações sobre essa proteção criada pelo corpo.
“Tem doença que você pega e tem imunidade para a vida toda, como sarampo e caxumba. Outras doenças, não. Por exemplo, para a gripe é preciso tomar a vacina todo ano, porque o vírus sofre mutações.”
Ainda de acordo com a infectologista, mesmo com o alto número de mortes pela doença, a expectativa é de que a maior parte dos infectados pela Covid-19 se recupere.
“A maioria vai se recuperar e vai curar. A minoria, em torno de 20%, pode evoluir para uma forma grave ou sintomática. Desse total, geralmente 5% são os pacientes que vão para a UTI para cuidados intensivos.”
Ela afirma, no entanto, que a taxa atual de 65% de recuperados é baixa. “O ideal é que a gente tivesse 95% de recuperados e 5% de complicados, que são os mais graves”, afirma a médica.
Ambulatório avalia recuperados
O Hospital Regional da Asa Norte (Hran) – considerado hospital de referência para o tratamento da Covid-19, criou o “Ambulatório para Egressos”, destinado a pacientes que tiveram a doença e receberam alta.
O local avalia a situação clínica e realiza vários exames para identificar necessidade de reabilitação pulmonar ou motora.
De acordo com o chefe da Unidade de Pneumologia do Hran, Paulo Feitosa, o ambulatório vai avaliar se o paciente ficou com sequelas ou não, se está totalmente recuperado, se vai precisar de fisioterapia ou reabilitação.
“Fazemos um verdadeiro arsenal de exames para dar essa resposta ao paciente”, afirma Feitosa.
De acordo com o médico, a equipe do ambulatório colhe todas as informações e histórico clínico do infectado. Segundo ele, em seguida, o recuperado passa pelo exame de função pulmonar completo.
Caso o paciente esteja tenha bons resultados nos testes, pode ir para casa. “Se tiver alguma sequela, ele não recebe alta. É encaminhado para a reabilitação pulmonar, que engloba a fisioterapia motora e respiratória”, explica o médico.
“Depois que terminar o programa de reabilitação, volta para o ambulatório e é reavaliado. O paciente só terá alta definitiva quando realmente estiver muito bem”, explica.