Em meio à pandemia do novo coronavírus, 79% dos pais ou responsáveis por alunos desejam manter os filhos em casa, mesmo após a retomada das atividades presenciais nas escolas da capital. É o que aponta um estudo feito pelo Sindicato de Estabelecimentos Particulares de Ensino do DF (Sinepe).
A pesquisa foi realizada por meio de formulários pela internet, entre 11 e 18 de maio. Segundo a entidade, 33.855 pessoas enviaram respostas, sendo 30.369 responsáveis por estudantes de instituições privadas e 3.486, de escolas públicas.
Os dados mostram que 70% dos participantes não desejam a volta às aulas antes de julho. A maioria também quer um retorno gradual das atividades e demonstra satisfação com as atividades remotas realizadas pelas escolas (veja detalhes abaixo).
Ao G1, o presidente do Sinepe Álvaro Domingues, disse que a pesquisa tem o objetivo de ajudar na construção de um plano para a retomada das atividades.
“O objetivo é subsidiar a decisão das autoridades, principalmente para que nós nos planejemos de forma segura. O que não podemos ficar é à mercê de egos, que ficam ‘pingue-pongueando’ decisões pra lá e pra cá”.
Data da retomada
A maioria das pessoas que respondeu à pesquisa, cerca de um terço, é responsável por estudantes em escolas do Plano Piloto. Em seguida, aparecem representantes de alunos em unidades de Taguatinga, Águas Claras, Ceilândia, Guará e Samambaia.
No questionário, o Sinepe perguntou aos participantes sobre qual data escolheriam para a retomada das aulas presenciais. Foram oferecidas quatro opções, com os seguintes resultados:
- 25 de maio: 5,9%
- 1º de junho: 17,9%
- 15 de junho: 6,1%
- 1º de julho: 13,1%
- 15 de julho: 57%
Segundo o presidente do Sinepe-DF, as datas fornecidas foram baseadas nas possibilidades discutidas com a Secretaria de Educação do DF à época da realização da pesquisa.
“A opção dos pais pela data mais remota para o retorno às aulas presenciais (15/07) demonstra alto grau de insegurança quanto à questão face à realidade atual da Covid-19.”
Outros resultados
Ainda de acordo com a pesquisa, a maioria dos responsáveis deseja que o retorno às atividades comece pelos estudantes do ensino médio, seguidos pelos que estão nos últimos anos do ensino fundamental.
Em uma terceira fase, segundo o levantamento, viriam alunos dos anos iniciais do ensino fundamental e do ensino infantil.